quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Inexata carência


As intenções retilíneas das suas curvas
São sinuosas na minha linha incerta,
Nesse diedro do desejo que turva
Teu olhar ansioso para a volúpia reta.

O brilho rijo do ângulo que obtém
Seus seios longilíneos nessa perpendicular,
Ao anseio sagrado desse vai é vem
Que advém o meu ser sobre o seu estar.

E a noite inventando seus planos...
Nossos corpos escondidos sob os panos
Da sentença matemática que anuncia:

A inexatidão dos opostos sentidos
Dos celerados sonhos e gemidos.
O amor verdadeiro a tudo renuncia.

(André Bianc)

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