Nesse mar morto não caberia
A palavra fria na concha calada,
Negação duma outra fantasia
Afogada no coração da amada.
O sentimento dos barcos já idos
E jamais devolvidos ao nosso cais,
Perscrutam nos dias esquecidos
O meu amor na pele dos chacais.
Você, o mar, eu e a floresta
Fundidos ao nada que presta
Onde até o sol ensombrece.
E póstumo, diante de você estou
Esse seu cadáver que hoje sou;
Sepulta-me e depois esquece.
(André Bianc)
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