sexta-feira, 15 de setembro de 2017

O dia da maldade


A cidade amanheceu estranha
Uma angústia nas almas caladas
A premeditação na entranha
Das facas escondidas e afiadas.

O cheiro do ódio está no sangue
E nos olhos rubros e irrigados
Viúvas colhem flores de mangue
Para os velórios dos desgraçados.

Mas muito antes da noite cair
Algum anjo-demônio há de vir
Com o intento de nos matar.

Mas acordo com a janela que bateu,
Cruel pesadelo e o dia amanhecer
E um lindo bem-te-vi a cantar.


(André Bianc)

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