segunda-feira, 30 de abril de 2018

Da janela de um quarto de outono

O peso do passado que pesa
Lesa aquilo ora antes traçado,
Disfarçado na paixão perversa
E inversa ao que foi sonhado.

Da janela entreaberta eu vejo
O desejo do sol em mim se por,
A dor do pensar de um ensejo
E nela prevejo num vago supor.

Meus dias cinzentos, mas felizes
Apesar de todas as cicatrizes
Que da vida eu muito herdei.

Mas hei de viver a nova aurora
E o tudo que me foge agora
Do amor que eu nunca terei.

(André Bianc

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