quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Vitrais

Sou esse instante e mais nada
E aquilo que eu nunca entendi,
Não obstante a essa dura jornada
Sei que sei, mas nunca aprendi.

Abro a cúpula desse observatório
E vejo o que da vida fiz por inteiro,
Num universo vão e contraditório
Identifico-me como um forasteiro.

Mesmo assim muito conjecturo
Neste largo campo que mensuro
Nas ondas etéreas do pensamento.

E escorrem as lágrimas das chuvas,
Meus olhos, cristais-cachos de uvas,
Pelos vitrais finais desse momento.


(André Bianc)

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