sexta-feira, 1 de setembro de 2017

As ilhas

A crueldade com que te amo
É digna dos grandes canalhas
O prazer em cortes de navalhas
Rosas sangrentas em ramo.

Mas você louca e desatinada
Deixa-se levar por essa tormenta
Trasbordando a dor que alimenta
O meu gozo afogado que mata.

As intempéries do tempo refeito
Dormes depois sobre o meu peito
Sonhando com tantas maravilhas.

E eu já satisfeito e contentado
Tento sonhar e virar para o lado.
Oceano de fêmeas, eu sou as ilhas.


(André Bianc)

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