segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Outro noturno sob um céu claro do meio-dia


Os sinos dos meus sonhos badalam desesperados
Na noite turva sobre os meus lábios ressecados
Nunca frenética e surda melodia de incompreensões.

E as cismas frágeis ululam nos instantes indolentes
Levantando as sombras dos meus cílios dormentes
Num pesadelo acordado de reles e pobres pretensões.

De viver esse tudo ao nada que pouco não bastaria
A voracidade e a fome inútil de um amor na poesia
Daquelas de retalhar nossos ingênuos corações.

E volto meus passos sobre um inócuo futuro
Um piano, um gato miando, uma frase no muro
E outras imagens dos meus delírios e sensações.

Inacabada a vida sempre será....

(André Bianc)

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