sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Engenho

Meu amor é o sofisma
Artimanha que se fez,
Num acaso que abisma
Em toda falsa sensatez.

Embuste, ardil, a cilada!
Uma trama endrômina,
A paixão só encenada
De uma autora anônima.

E nessa doce aspereza
Às cegas e com destreza
É um poço de cavilação.

Mas o tempo é engenho
Tritura tudo que tenho
Dentro do meu coração.

(André Bianc)

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