domingo, 3 de setembro de 2017

Daqueles

Eu gosto dos poemas
Daqueles desgraçados
Dos versos lanhados
De açoites e dilemas.

Gosto das obscuridades
Dos sem esperanças,
Em letras de maldades
E muitas intemperanças.

O poema serve para cortar
Ferir, sangrar e dilacerar...
E jogar nos úmidos porões.

Ao fim, sem nenhum remorso,
Cortarão os corações trevosos
Numa hemorragia de ilusões.


(André Bianc)

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